Sistemas Embarcados: O Que São, Tipos Existentes, Programação e Possíveis Aplicações

Sistemas embarcados são responsáveis por dar vida a dispositivos como celulares, carros e eletrodomésticos. Descubra como eles funcionam e os diferentes tipos que impactam nosso dia a dia.

Os sistemas embarcados estão por trás de muitos dos dispositivos que usamos no dia a dia, mas poucas pessoas realmente sabem o que são ou como funcionam. 

De smartphones a carros autônomos, passando por eletrodomésticos e equipamentos médicos, esses sistemas fazem a mágica acontecer, garantindo que a tecnologia desempenhe sua função de forma eficiente, confiável e rápida. 

Se você quer entender melhor o que são, como funcionam e qual a diferença entre os diversos tipos de sistemas embarcados, continue lendo. 

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Entenda o que são sistemas embarcados

Você já parou para pensar no que faz um dispositivo funcionar de maneira tão eficiente e intuitiva? O segredo está nos sistemas embarcados. Esses sistemas são computadores especiais que estão dentro de dispositivos e fazem tarefas específicas. 

Eles são, basicamente, pequenos computadores embutidos que têm como objetivo realizar uma função bem definida. Ou seja, diferente de um computador tradicional, que pode rodar diferentes tipos de programas, os sistemas embarcados foram feitos para uma tarefa única e muitas vezes precisam ser super rápidos e precisos.

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Saiba como funciona um sistema embarcado

O funcionamento de um sistema embarcado é bem interessante. Ele é composto por um hardware e software que trabalham em perfeita sintonia. Enquanto o hardware é responsável por interagir com o mundo físico, o software controla essas interações e faz o sistema funcionar da forma desejada. Tudo é muito focado em desempenho e eficiência. O legal é que ele não precisa ser um supercomputador. 

Na verdade, o design do sistema embarcado é pensado para ser compacto, de baixo custo e consumir o mínimo de energia possível, mas ainda assim realizar sua função com precisão.

Saiba quais são os tipos de sistemas embarcados

Tipos de sistemas embarcados

Se você ainda está se perguntando sobre a variedade de sistemas embarcados, saiba que existem várias categorias, cada uma com características que se adequam melhor ao tipo de tarefa que o dispositivo precisa realizar. Vamos entender melhor os principais tipos e suas particularidades.

Sistemas integrados autônomos

Os sistemas embarcados autônomos são fascinantes porque operam de forma independente. Eles tomam decisões por conta própria, sem depender de um controle humano direto. Você já ouviu falar de drones ou carros autônomos? 

Pois é, esses são exemplos de sistemas autônomos que utilizam sensores e algoritmos para realizar tarefas complexas sem nenhuma intervenção externa. 

O legal é que eles conseguem adaptar-se ao ambiente e tomar decisões rapidamente, tudo por meio de sistemas embarcados inteligentes.

Sistemas embarcados em tempo real

Em alguns casos, o tempo de resposta de um sistema embarcado pode ser uma questão crítica. Imagine um sistema de controle de tráfego aéreo ou de equipamentos médicos de emergência. 

O que os torna tão importantes são justamente os sistemas que trabalham em tempo real, ou seja, aqueles que precisam responder a eventos dentro de um tempo específico. 

Qualquer atraso pode gerar sérios problemas, e esses sistemas precisam estar preparados para tomar decisões rápidas e precisas, sem falhas.

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Soft Embedded Systems

Os soft embedded systems, ou sistemas embarcados “soft”, têm uma característica interessante. Eles são mais flexíveis em relação ao software. Ou seja, embora o hardware também tenha uma função bem definida, o software é mais maleável e pode ser modificado ou atualizado conforme a necessidade. 

Esses sistemas são comuns em dispositivos como roteadores, câmeras de segurança ou até aparelhos de TV inteligentes, onde a capacidade de alterar o software facilita a melhoria do desempenho ao longo do tempo.

Hard Embedded Systems

Por outro lado, os hard embedded systems são aqueles com um hardware mais rígido e focado em uma função específica. Eles são projetados para garantir um desempenho consistente, sem muitas alterações. 

Em vez de depender de atualizações de software, esses sistemas são feitos para serem extremamente eficientes na tarefa para a qual foram criados. 

Um exemplo claro são os sistemas presentes em veículos, como os de controle de motor ou de segurança, que exigem alta confiabilidade e precisão em todo momento.

Sistemas embarcados móveis

Se você já usou um smartphone, então já interagiu com sistemas embarcados móveis. Eles estão presentes em qualquer dispositivo que dependa de portabilidade e consumo eficiente de energia, como celulares, tablets e outros dispositivos móveis.

Esses sistemas são compactos, de baixo custo e otimizados para serem rápidos e funcionais, garantindo uma experiência de uso fluída. O maior desafio desses sistemas é equilibrar desempenho com baixo consumo de energia para garantir que a bateria dure o máximo possível.

Sistemas embarcados: Baseados em desempenho e microcontrolador

Dependendo do tipo de tarefa que o sistema embarcado precisa executar, ele pode ser mais focado no desempenho ou no uso de microcontroladores. 

No primeiro caso, estamos falando de sistemas que precisam de maior capacidade de processamento, como os encontrados em câmeras de segurança de alta definição, veículos autônomos e até sistemas de controle industrial. 

Esses sistemas exigem mais do hardware e do software para conseguir lidar com a grande quantidade de dados que precisam processar.

Já os sistemas baseados em microcontroladores são mais simples e eficientes para funções mais básicas. Esses microcontroladores são pequenos chips que combinam processador, memória e periféricos. Eles são ideais para tarefas como controlar a temperatura de um forno, a velocidade de um ventilador ou até mesmo a iluminação de uma sala. 

Apesar de simples, esses sistemas são extremamente eficazes para executar tarefas específicas com pouca necessidade de recursos.

Sistemas de pequena escala

Sistemas embarcados exemplos

Quando falamos em sistemas embarcados de pequena escala, estamos falando de sistemas simples, com poucos componentes e funções bem limitadas. Eles são ideais para aplicações que não exigem muito processamento ou interação. Um exemplo são os controles remotos de dispositivos, como de TVs ou ar-condicionados. 

Embora sejam sistemas simples, sua eficiência e baixo custo fazem deles ideais para essas funções.

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Sistemas de média escala

Já os sistemas embarcados de média escala têm uma complexidade maior e exigem mais recursos para suas funções. Eles são mais robustos, com maior capacidade de memória e processamento. 

Um exemplo são os sistemas usados em automação residencial, onde vários dispositivos se conectam e interagem entre si. Esses sistemas são mais sofisticados, exigindo maior comunicação entre os dispositivos e processamento de dados em tempo real para garantir que tudo funcione corretamente.

Sistemas sofisticados

Agora, falando de sistemas embarcados sofisticados, estamos lidando com soluções de altíssimo desempenho e alta confiabilidade. São sistemas que exigem muita potência de processamento e alta precisão para funcionarem corretamente.

Exemplos incluem sistemas usados em telecomunicações, veículos autônomos e equipamentos médicos de alta precisão, como marcapassos. 

Esses sistemas são integrados de forma muito cuidadosa, com hardware e software trabalhando juntos de maneira quase perfeita para garantir que tudo funcione sem falhas.

Saiba como os sistemas embarcados são programados

Essa é uma parte que muita gente tem curiosidade. Afinal, o que acontece nos bastidores de um sistema embarcado?

A programação desses sistemas é feita, geralmente, em linguagens como C ou C++, porque oferecem controle total sobre o hardware e permitem que o código seja leve e rápido, o que é essencial nesse tipo de aplicação.

A lógica é a seguinte: você escreve o código pensando na função que aquele dispositivo precisa cumprir. Por exemplo, se for um sistema de alarme, você programa o tempo de resposta do sensor, os sons emitidos, o envio de notificações, entre outras ações. Depois, esse código é compilado e transferido para o microcontrolador, que é o cérebro do sistema embarcado.

E aí vem a mágica: o microcontrolador começa a executar esse código de forma contínua, respondendo a estímulos do ambiente e interagindo com outros componentes eletrônicos, como sensores, LEDs, motores e displays.

Veja os exemplos de microcontroladores usados em sistemas embarcados

Cada projeto tem suas particularidades, e por isso existem diferentes tipos de microcontroladores que se encaixam melhor em determinadas situações. Vamos conhecer os mais usados?

Microcontroladores AVR

Se você já ouviu falar em Arduino (ou já brincou com um), então já teve contato com um microcontrolador da família AVR. Eles são queridinhos da galera maker, da galera que curte robótica e até de quem tá começando na eletrônica. Por quê? Porque são fáceis de programar, têm uma arquitetura simples de entender e rodam muito bem em projetos que não precisam de superpoderes, mas exigem confiabilidade.

O mais famoso dessa linha é o ATmega328P, cérebro do Arduino Uno. Ele consegue controlar LEDs, sensores, motores e até enviar dados via Wi-Fi ou Bluetooth (com a ajuda de alguns módulos extras). Se o projeto é DIY (do it yourself) ou educacional, o AVR é tipo o melhor brother pra começar.

Microcontroladores PIC

Os PICs são veteranos respeitados no mundo dos sistemas embarcados. Eles são tipo aqueles profissionais experientes que já passaram por tudo e continuam firmes, entregando resultados. Muito usados na indústria, os microcontroladores PIC são conhecidos pela robustez, estabilidade e variedade de modelos. Tem PIC pequenininho e simples, e tem PIC com recursos avançados, prontos para controlar processos mais exigentes.

Eles exigem um pouco mais de dedicação na curva de aprendizado, mas em compensação oferecem uma biblioteca de possibilidades. Quem trabalha com automação industrial ou desenvolvimento de dispositivos mais “pé no chão” adora a confiabilidade dessa família. E o melhor: continuam firmes e atualizados, com suporte da Microchip sempre trazendo novidades.

Microcontroladores ARM

Agora se o projeto exige poder de fogo, alta performance e vários recursos integrados, os microcontroladores ARM entram em cena. Esses são os brabos! Estão presentes em smartphones, smartwatches, equipamentos médicos de última geração e até em soluções para inteligência artificial embarcada.

Eles usam uma arquitetura moderna, eficiente e com baixíssimo consumo de energia (ideal para dispositivos portáteis ou alimentados por bateria). Um dos pontos fortes dos ARM é a flexibilidade: dá pra escalar o poder de processamento conforme a necessidade do projeto. As linhas mais conhecidas são da série Cortex-M, que são super usadas na indústria de IoT. É como se fossem os atletas olímpicos do mundo dos microcontroladores: rápidos, precisos e preparados para tudo.

Saiba quais são as possíveis aplicações de sistemas embarcados

Sistemas embarcados vagas

Depois de entender como funcionam e como são programados, vem a pergunta inevitável: onde encontramos sistemas embarcados no dia a dia? A resposta é simples: praticamente em tudo. Mas vamos detalhar algumas áreas para deixar isso mais claro.

Eletrodomésticos

Sua geladeira, máquina de lavar, forno elétrico, ar-condicionado… todos eles funcionam com base em sistemas embarcados. É esse sistema que controla temperatura, ciclos de lavagem, consumo de energia, e até funções inteligentes como conectividade via app. Eles estão ali garantindo que tudo funcione da forma certa, com segurança e economia.

Eletrônicos

Todo mundo ama tecnologia, né? Mas pouca gente percebe quantos sistemas embarcados existem nos eletrônicos que a gente usa o tempo todo. Controle remoto, smartwatch, roteador, headset gamer com RGB… são tantas aplicações que a gente até perde a conta. Eles estão ali cuidando dos detalhes: ajustando brilho da tela, controlando o volume, processando sinais de rede, enviando dados… Tudo em silêncio, sem chamar atenção, mas sendo essenciais para a experiência final ser incrível.

Saúde

Esse é um setor em que a confiabilidade dos sistemas embarcados faz toda a diferença. Imagina um monitor cardíaco com falhas ou uma bomba de insulina que não entrega a dosagem correta? Não dá! Por isso, os dispositivos médicos que dependem dessa tecnologia são desenvolvidos com muito cuidado.

Os sistemas embarcados estão presentes em equipamentos como desfibriladores, oxímetros, incubadoras, termômetros digitais e até em próteses inteligentes. Eles processam sinais do corpo humano, tomam decisões em tempo real e garantem que tudo funcione direitinho. Tecnologia que salva vidas, literalmente.

Industrial

Aqui o papo é sério. A indústria moderna não para, e quem garante o ritmo são os sistemas embarcados. Esteiras, braços robóticos, sensores de presença, controle de temperatura, segurança de máquinas, tudo isso depende de sistemas que precisam operar 24 horas por dia, sete dias por semana, sem vacilo. 

É o coração da automação. Os microcontroladores controlam os processos, coletam dados, se comunicam com outros dispositivos e ainda ajudam na tomada de decisão. É tecnologia pesada, rodando suave e constante como um motor bem lubrificado.

Internet das Coisas (IoT)

A Internet das Coisas é basicamente uma rede de dispositivos inteligentes que se comunicam entre si  e todos esses dispositivos dependem de sistemas embarcados para funcionar. 

Aquele sensor de movimento que liga a luz automaticamente? Sistema embarcado. A fechadura inteligente da sua casa? Também. Medidores de energia, estações meteorológicas, hortas automatizadas, controle de iluminação via app… é tudo movido por essa tecnologia que transforma objetos comuns em objetos conectados. 

E o mais incrível é que isso tudo funciona sem a gente nem perceber. A vida digital está cada vez mais presente, e os sistemas embarcados são o elo invisível que une tudo.

Conclusão

Em um mundo cada vez mais tecnológico, os sistemas embarcados estão presentes em praticamente todos os dispositivos que usamos, mesmo que muitas vezes nem percebamos. 

Desde as simples funções de controle de temperatura até as operações mais complexas, como a direção de um carro autônomo, esses sistemas são essenciais para garantir o desempenho, a eficiência e a confiabilidade das tecnologias que nos cercam. 

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