Redux: O que é, Como Funciona, Aplicação e Vantagens

Conheça o Redux, uma ferramenta de gerenciamento de estado para aplicações JavaScript – que faz toda a diferença na criação de aplicativos.

Quando se fala sobre desenvolvimento de software, encontrar a ferramenta certa pode ser a chave para transformar um projeto mais complexo em algo mais gerenciável/fácil de controlar. Neste artigo, conheceremos o Redux, uma biblioteca JavaScript usada para gerenciar o estado de aplicativos.

O Redux revolucionou a maneira como os desenvolvedores constroem e gerenciam o estado dos aplicativos – principalmente em projetos que envolvem frameworks como React e Angular. 

Vamos entender por que o Redux é a escolha certa para os desenvolvedores, suas vantagens e como implementá-lo em seus projetos de programação.

Saiba o que é redux

O Redux é uma biblioteca JavaScript de código aberto, responsável por gerenciar o estado das aplicações. Mas, como assim?

Objetivamente, o redux oferece um local central para armazenar todos os estados de um aplicativo, o que permite que diferentes componentes o acessem e o modifiquem de forma prática – e isso é super útil em aplicativos grandes, simplificando o gerenciamento de estados maiores e mais complexos. 

Com o Redux, o estado do seu aplicativo se torna mais previsível e, consequentemente, mais simples de depurar.

Entenda a utilidade do redux na programação

A importância do Redux na programação está na sua capacidade de proporcionar uma única fonte de verdade para o estado do aplicativo, facilitando assim a comunicação e o compartilhamento de dados e informações entre componentes. 

Quando aplicações com muitos componentes precisam responder a mudanças de estado de maneira sincronizada, o Redux é a solução perfeita, justamente porque simplifica o teste e a manutenção de aplicações (já que o estado é centralizado e as mudanças seguem um padrão previsível e rastreável).

Conheça as vantagens de utilizar o redux

Utilizar o Redux em seus projetos de desenvolvimento de aplicativos traz várias vantagens.

Em primeiro lugar, ele ajuda a manter o código sempre limpo e organizado. Outra vantagem é a previsibilidade do estado, já que todas as mudanças seguem um fluxo estrito de ações e reducers – mas daqui a pouco eu te explico isso melhor.

Isso transforma o Redux em uma ferramenta poderosíssima para projetos grandes, onde o gerenciamento de estado pode se tornar um desafio. Além disso, a comunidade Redux é super ativa, e oferece plugins e extensões que facilitam e expandem ainda mais as suas funcionalidades.

Os princípios do redux

O Redux é construído sobre três princípios, que garantem a eficácia e a previsibilidade na gestão de estados em aplicações JavaScript.

Ao compreender e aplicar esses princípios, os desenvolvedores podem criar aplicações melhores – em todos os sentidos possíveis. Vamos explorar cada um desses princípios e entender como eles contribuem para a eficiência do Redux.

Fonte verdadeira

redux toolkit

O primeiro princípio do Redux é que ele possui uma única “fonte verdadeira”. Isso significa que o estado de toda a aplicação é armazenado em um único objeto de armazenamento (store). Isso centraliza o estado, facilitando o acesso, a atualização e o monitoramento de qualquer parte da aplicação. 

Com uma única fonte da verdade, o estado torna-se mais previsível, e estados duplicados (ou desorganizados) deixam de ser um problema para os desenvolvedores. Este princípio também facilita o debug, já que todo o estado da aplicação pode ser inspecionado em um único lugar.

Estados são para leitura

O segundo princípio fundamental do Redux é que o estado é somente para leitura – e isso significa que o estado armazenado no Redux não pode ser alterado diretamente. Ao invés disso, para alterar o estado, uma ação é necessária: um objeto descrevendo o que aconteceu. 

Isso garante que todas as alterações de estado sejam rastreáveis.

Alterações somente a partir de funções puras

O terceiro e último princípio do Redux é que as alterações de estado são feitas exclusivamente por meio de funções puras. Estas funções, conhecidas como reducers, recebem o estado anterior e a ação a ser realizada, e geram um novo estado (mas sem modificar o anterior). 

Funções puras são previsíveis e não têm efeitos colaterais, o que significa que, dadas as mesmas entradas, sempre retornarão o mesmo resultado.

Centralização do estado da aplicação

O Redux centraliza o estado da aplicação em um único “store”, que é, basicamente, um contêiner responsável por armazenar todo o estado global da aplicação. 

Esta conduta simplifica o gerenciamento de estado – uma vez que todo o estado está em um só lugar e pode ser acessado através de qualquer componente da aplicação, sem precisar passar props através de componentes aninhados. 

Em programação (e principalmente no contexto de frameworks e bibliotecas JavaScript como React), “props” é uma abreviação para “properties” (propriedades). As props são um mecanismo empregado em aplicações de interface de usuário para passar dados e manipuladores de eventos de um componente pai para um componente filho.

Essencialmente, elas são utilizadas para comunicar e compartilhar informações entre componentes, promovendo a renderização dos componentes filhos de forma dinâmica com base nos dados fornecidos por seus componentes pais.

Props são imutáveis dentro do componente que as recebe – o que significa que um componente filho não pode modificar as props que lhe são passadas. Isso gera um padrão de fluxo de dados unidirecional e ajuda a manter a consistência e a previsibilidade dentro da aplicação. Se um componente precisa alterar algum valor recebido via props, ele deve comunicar essa necessidade ao componente pai (geralmente via callbacks também passados como props), e o pai, então, pode alterar esse estado e passar novas props.

Essa centralização facilita o monitoramento de mudanças no estado, já que qualquer alteração passa, sem exceção, pelo mesmo caminho centralizado.

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Desacoplamento e escalabilidade

O uso de Redux viabiliza um desacoplamento entre a UI (interface de usuário) e a lógica de gerenciamento de estado. Isso é feito através do uso de ações (que descrevem o que aconteceu) e reducers (que definem como o estado é atualizado em resposta às ações). 

É justamente através deste modelo de fluxo de dados unidirecional que diferentes partes da aplicação operam de forma mais independente e escalável. Componentes podem ser reutilizados e escalados com tranquilidade, contribuindo, dessa forma, para uma arquitetura mais bem preservada do Redux.

Reducers e estado imutável

Reducers são funções puras que tomam o estado anterior e uma ação como argumentos e, enfim, retornam a um novo estado. Ufa! Parece confuso mas, na verdade, não é. Acompanhe conosco: os reducers são fundamentais para manter o estado imutável – o que significa que eles nunca modificam o estado existente de maneira direta.

Ao invés disso, eles produzem um novo objeto de estado cada vez que ele exige uma nova atualização. Esta maneira de lidar com a situação simplifica o rastreamento de mudanças no estado e evita bugs relacionados à mutação direta do estado, além de provocar otimizações de desempenho como a memorização, por exemplo.

Facilitando o teste e a depuração

O Redux facilita o teste e a depuração devido à sua previsibilidade e à pureza das funções reducer. Como o estado é centralizado e as mudanças são feitas de maneira previsível por ações conhecidas, escrever testes para verificar o comportamento da aplicação está longe de ser uma tarefa difícil ou impossível de ser realizada.

Por meio de ferramentas como o Redux DevTools, por exemplo, os desenvolvedores podem inspecionar cada ação e a mudança de estado correspondente, acarretando em um rollback do estado para facilitar a depuração e entendimento do fluxo da aplicação durante o desenvolvimento e a manutenção.

3 principais recursos do redux

Além de seus princípios fundamentais, o Redux é caracterizado por três recursos: Actions, Reducers e Store. 

Cada um desses elementos desempenha um papel importantíssimo no gerenciamento de estado de uma aplicação, trabalhando em conjunto para garantir um fluxo de dados consistente e previsível.

Actions

No Redux, Actions são objetos JavaScript que representam a intenção de alterar o estado da aplicação, e são a única maneira de enviar dados para o store. Cada action possui um tipo, geralmente definido como string, que indica a natureza da ação a ser realizada. 

Além disso, actions também podem conter informações extras necessárias para realizar a atualização do estado, e comunicam ao reducer que uma alteração específica precisa ser feita.

Reducers

Os Reducers são as funções puras do Redux, que especificam como o estado da aplicação deve mudar em resposta a uma action. Eles recebem o estado atual e uma action como argumentos e respondem com um novo estado.

É importante notar que os reducers nunca modificam o estado existente; ao invés disso, eles geram um novo objeto para representar o estado, caso seja necessário. Isso é fundamental para manter a imutabilidade do estado no Redux. 

Dadas as mesmas entradas (estado e action), eles sempre retornarão o mesmo estado de saída.

Store

redux emagrecedor

O Store, criado a partir dos reducers, é o componente principal do Redux, e é responsável por manter o estado da aplicação, processar as actions enviadas e chamar os reducers para atualizar esse estado. 

Além disso, o store no Redux preserva a integridade do princípio de fonte única da verdade, garantindo que todo o estado da aplicação seja acessível em apenas um único lugar.

Saiba como é feita a implementação do Redux

Saber como é feita a implementação do Redux é tão importante quanto conhecer os seus princípios. Abaixo, o Mercado Online Digital te explica como ela, de fato, acontece – da configuração básica ao gerenciamento de efeitos colaterais.

Configuração básica

Antes mesmo de começar a usar Redux em um projeto, é necessário instalar o pacote `redux` (e `react-redux` para projetos React, por exemplo). A configuração básica envolve a criação de um store central, onde o estado da aplicação será armazenado. 

Isso é feito através da função `createStore()` do Redux, que requer um reducer como argumento inicial. Este reducer, por sua vez, fica responsável por determinar como o estado será alterado em resposta às ações.

Criando a store e definindo reducers

Feita a configuração básica, seguimos. Agora, a store é criada por meio da função `createStore(reducer)`, onde `reducer` é uma função que recebe o estado atual e uma ação, e, enfim, retorna o novo estado (ou seja: calcula e fornece uma nova versão do estado baseado na ação recebida e no estado anterior).

Vários reducers costumam estar presentes na aplicação – onde cada um deles lida com uma parte específica do estado. Eles são combinados usando `combineReducers({})`, que agrupa os diversos reducers em um único reducer raiz. 

Integrando o Redux com frameworks populares (React, Angular, Vue)

React: A integração é feita através do pacote `react-redux`. Componentes React podem se conectar ao Redux com `connect()`, que mapeia o estado e as ações do Redux para as props do componente. 

Alternativamente, os Hooks `useSelector` e `useDispatch` são usados para acessar o estado e disparar ações, respectivamente.

Angular: O Redux pode ser integrado com Angular através de bibliotecas como a `@ngrx/store`, que segue princípios Redux adaptados para o ecossistema Angular.

Vue: Em projetos Vue, use e abuse do `vuex`, que é inspirado por Redux, mas projetado especificamente para o Vue.js.

Avançado e boas práticas

É recomendado manter, sempre, o estado o mais plano possível, evitando aninhamentos profundos e que podem, eventualmente, acabar complicando atualizações e/ou seleções. 

A normalização de dados pode ajudar (e muito) nesse sentido. Outra boa prática é manter a lógica de negócios fora dos reducers, lidando com o middleware para tratar a lógica assíncrona ou os efeitos colaterais.

Organização do código e estrutura de diretórios

A organização comum do código inclui diretórios separados para `actions`, `reducers`, e `middlewares`. 

Alguns projetos usam a estrutura de diretório baseada em “features”, onde cada recurso ou funcionalidade da aplicação tem seu próprio conjunto de actions, reducers e testes. Isso ajuda a manter o código relacionado a uma funcionalidade específica agrupada e, consequentemente, mais fácil de gerenciar – o que faz toda a diferença dentro do Redux. 

Gerenciamento de efeitos colaterais (middlewares, sagas)

Efeitos colaterais em Redux são geridos por middlewares. O `redux-thunk`, por exemplo, faz com que as ações retornem funções, auxiliando as operações assíncronas (ações que dependem de eventos externos ou dados que não estão imediatamente disponíveis, como solicitações de rede, timers, ou outras interações que dependem de promessas ou callbacks). 

Para fluxos mais complexos, `redux-saga` usa sagas (funções geradoras) para lidar com operações assíncronas como acessar APIs, por exemplo, proporcionando um controle mais fino sobre os efeitos colaterais e suas condições de corrida.

Conclusão

Desta maneira, fica claro que o Redux é uma ferramenta poderosa e essencial para qualquer desenvolvedor de aplicações JavaScript. Através de seus princípios de uma única fonte de verdade, estado somente para leitura e alterações via funções puras, ele estabelece uma base sólida e previsível para o gerenciamento de estados. 

Actions, Reducers e Store contribuem para manter a aplicação organizada, eficiente e fácil de manter. Com o Redux, os desenvolvedores podem gerenciar estados complexos em grandes aplicações, mantendo o código sempre limpo e, principalmente, fácil de entender. 

Para desenvolvedores experientes lidando com mais de um projeto ao mesmo tempo, ou alguém que está apenas começando no mundo do desenvolvimento de aplicações, investir tempo para entender e implementar o Redux em seus projetos certamente trará benefícios significativos a longo prazo.

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