Headless: Conceito, Como Usar e Guia Completo para E-commerce

Veja o que é um sistema headless e aprenda a implementar essa arquitetura de desenvolvimento que possibilita a independência entre o front e o back-end.

A estrutura de um site é composta pelo front e back-end, onde o usuário navega pela interface e onde é protocolada toda a comunicação com o servidor, respectivamente. Para o site funcionar, front-end e back-end devem trabalhar juntos, tornando-se codependentes.

No entanto, esse modelo clássico possui algumas limitações em termos de recursos, tempo e flexibilidade. A boa notícia é que uma arquitetura headless pode reduzir todas essas desvantagens, abrindo novas possibilidades para os desenvolvedores.


Nesta leitura, você vai entender o conceito de headless, suas vantagens e, é claro, como aplicá-lo ao seu negócio digital. Acompanhe.

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Entenda o que é Headless

Em tradução livre, o termo “headless” seria algo como “site sem cabeça”, referindo-se ao front-end do site. Nesse contexto, o front-end e o back-end não estão mais intrinsecamente conectados, o que viabiliza o desenvolvimento sob demanda.

O conceito de headless tem sido abordado principalmente no comércio eletrônico, já que sua maior vantagem é o desenvolvimento do front-end sem se interligar com o back-end. Isso permite melhorar a experiência do cliente diante de uma compra.

Sendo assim, o uso de apps terceiros, a função omnichannel e alterações sob demanda são facilmente desenvolvidas sem a necessidade de reescrever o código via back-end.

Saiba como funciona o headless commerce

A arquitetura tradicional dos sites é monolítica, ou seja, o front-end (interface) e o back-end (gerenciamento de dados) são interligados. O recurso de headless separa esses dois elementos permitindo que suas funções funcionem de forma independente.

Porém, mesmo em headless, front e back-end precisam se comunicar de alguma maneira. Sendo assim, usamos as APIs (Interface de Programação de Aplicativos). Funcionando da seguinte forma:

  1. Back-end: ocorre o gerenciamento de dados, onde está o processamento de pedidos, cartela de clientes e estoque. Normalmente usam-se plataformas como Shopify ou Woocommerce;
  2. Front-end: já na interface, onde o usuário vai navegar, são instalados aplicativos, inúmeras outras interfaces e módulos IoTs, dispositivos mobile e mais;
  3. APIs: Por fim, as APIs funcionam como uma ponte entre o front e back-end. Permitindo que os dados gerados na interface sejam processados de forma estruturada e eficiente pelo servidor.

Sendo assim, em um headless commerce, você pode contratar um programador back-end que vai trabalhar apenas o gerenciamento de dados. Em contrapartida, basta utilizar APIs que já estão prontos e fortalecer a interface do seu negócio digital. 

Headless: principais vantagens de sua utilização

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O conceito de headless está se tornando um novo modelo de desenvolver sites e aplicações. Para o e-commerce, as vantagens a seguir podem ser observadas:

Otimização do controle e dimensionamento

O headless agiliza o desenvolvimento, facilita atualizações, correções e melhorias contínuas. Além disso, o dimensionamento do sistema é mais eficiente, com a capacidade de escalar o back-end e o front-end conforme as necessidades do projeto.

Essa separação proporciona maior controle sobre cada componente do sistema, permitindo que as equipes trabalhem de forma independente com as melhores tecnologias.

Aceleração da página e-commerce

Com um headless o conteúdo pode ser entregue mais rapidamente ao usuário. O back-end, focado no processamento de dados, pode gerenciar solicitações e fornecer informações por meio de APIs eficientes. 

Ao mesmo tempo, o front-end pode ser otimizado para uma experiência de navegação mais rápida e suave, resultando em tempos de carregamento mais curtos nas páginas do e-commerce.

Mais possibilidades de personalização

Uma desvantagem da arquitetura tradicional (monolítica) dos sites são as limitações entre o front-end e back-end. Tudo desenvolvido no front precisa se interligar no back, sendo assim, algumas ideias criativas podem acabar ficando de fora.

Com o headless a liberdade para personalizar é muito maior, já que o front e back podem ser trabalhados de forma independente e conforme as demandas do usuário.

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Integração de outras APIs

Em uma arquitetura headless a integração com sistemas, APIs não somente são obrigatórias como também vantajosas. Afinal, você só precisará de um profissional back-end, uma vez que o front-end funcionará por meio dessas APIs prontas para uso.

Para entender melhor é como se, para diversificar a interface de um site, fosse necessário apenas instalar e desinstalar aplicativos. Sem segredo, apenas com poucos cliques e claro, garantindo que tais APIs conversem com o seu back-end devidamente.

Flexibilidade

handle cms

Embora o processo de migrar para o sistema Headless seja trabalhoso, a vantagem de trazer maior flexibilidade para um site valerá muito a pena. Acontece que, como o front e back-end precisam se comunicar, nem tudo que funciona no front, funcionará no back.

Dessa forma, o headless proporciona um ambiente mais livre para criar e desenvolver a aparência do site, bem como o gerenciamento de dados e novas formas de comunicação em seu back-end.

Compatibilidade com vários dispositivos

Embora já existam temas WordPress com recursos mobile, com uma abordagem em headless, a base de conteúdo criado adquire uma nova funcionalidade: ser entregue de forma ainda mais consistente para todos os tipos de telas. 

São as APIs que permitem essa consistência no backend. Se atualizam e conseguem corresponder a diversas interfaces para o usuário que acessa o site pelo celular, computador, tablet e qualquer outra tecnologia futura a ser inventada.

Escalabilidade e segurança aprimoradas

Como o frontend não está mais diretamente ligado ao backend, as atualizações e mudanças podem ser feitas sem afetar um ao outro. Dessa forma, melhorando cada vez mais seus recursos inatos e a segurança do site.

Assim, as equipes trabalham em cada camada de forma independente, facilitando o desenvolvimento contínuo. Esse processo é o que chamamos de escalabilidade, quando um sistema é capaz de se desenvolver sob demanda sem afetar seus pontos fortes.

Saiba como implementar um e-commerce headless

Agora que você entendeu o conceito do que é um headless e-commerce, é hora de conhecer os primeiros passos para aplicar a tecnologia ao seu negócio. Veja como:

01- Saber se a plataforma de e-commerce precisa ou não ser mudada

Antes de iniciar o processo de implementação, avalie se o seu negócio necessita de uma abordagem headless. Embora tenha muitos benefícios, essa mudança tende a levar tempo em médias e grandes empresas e talvez o resultado não seja tão significativo.

O ideal é fazer um estudo de caso e avaliar quais mudanças você deseja ter no seu espaço virtual. Além disso, considerar se a interferência no design causará um impacto positivo é uma ótima maneira de pensar nessa mudança.

02- Escolha um CMS headless

O que é sistema Headless

A maior propriedade de um CMS (Content Management System) é a capacidade de se ajustar às demandas do usuário. Com código aberto, este tipo de plataforma permite utilizar plugins, templates e temas já prontos. É o caso do WordPress, o CMS mais usado hoje.


Nem todas as plataformas são projetadas para trabalhar dessa forma. Se a plataforma atual não for compatível, será necessário considerar uma migração para uma plataforma que suporte o modelo headless.

03- Sincronize seu CMS e APIs

E claro, não tem como implementar um sistema headless sem a integração com APIs. Com a ajuda de um profissional da programação será preciso escolher as ferramentas APIs corretas e sincronizá-las com o back-end do seu site.

O processo de sincronização das APIs com o front e back-end depende do CMS escolhido. Mas em suma deverão ser definidos endpoints, autenticar o que for necessário, ativar permissões de acesso e a criação de rotas para o gerenciamento de dados.

Entenda a independência do Frontend e o Backend

Como dito anteriormente, essa independência entre os dois lados de um site (back e front end) garante uma personalização menos limitada. Afinal, em um modelo de site monolítico, o front end deve estar intrinsecamente ligado ao back end para entregar os resultados devidos.

No sistema headless, o front end passa a operar através das APIs que, em código aberto, podem ser personalizadas como um plugin ou tema de WordPress. Já no back end nada muda, mas agora o desenvolvedor não precisará corresponder às demandas do front-end.

Saiba o que é Headless Chrome?

Como sabemos, o Chrome é o navegador desenvolvido pela Google, mas que não é apenas um navegador qualquer. Dentre suas especificações está a renderização de páginas em Blink, tecnologia de sincronização e compatibilidade com addons e plugins.


Mas para os desenvolvedores, o Chrome tem mais duas outras vantagens: suporte a padrões de web e as DevTools, ferramentas para desenvolver, depurar e otimizar páginas da web.

Por isso mesmo, tornou-se muito popular o Headless Chrome, que nada mais é que o uso do navegador sem sua interface gráfica. A vantagem disso é que, funcionando em segundo plano, o Chrome Headless é perfeito para scraping de dados, testes de aplicativos e mais.

Veja algumas outras características desse recurso:

  • Testes automatizados: Os desenvolvedores podem testar automaticamente os recursos das suas páginas da web desenvolvidas. Assim é possível verificar erros sem necessitar de uma interação manual;
  • Web Scraping: O Headless Chrome é usado para a mineração de dados, tais como monitoria de preços, dados de mercado ou qualquer outra forma de obtenção de informações em páginas da web;
  • Renderização na Web: Algumas aplicações podem usar o headless Chrome para renderizar páginas da web e gravar capturas de tela ou PDFs das páginas renderizadas;
  • Automação de tarefas: Também é possível automatizar tarefas simples, mas que levariam tempo se fossem feitas de forma manual. Preenchimento de formulário e login são uma dessas funcionalidades;
  • Web Crawling: A indexação pode ser feita de forma mais eficiente. Esse processo é muito interessante para empresas que precisam indexar o conteúdo publicado online.

Lembrando que o Headless Chrome é melhor utilizado para a realização de testes por desenvolvedores. Os recursos viáveis devem ser monitorados por um profissional e claro, com o backup do conteúdo sempre em dia.

Qual a diferença entre CMS tradicional e CMS Headless?

headless commerce

No CMS Tradicional como o WordPress, temos:

  • Criar e gerenciar conteúdo em uma interface familiar;
  • Normalmente é mais fácil de configurar e tem muita informação online para suporte; 
  • A apresentação de conteúdo possui soluções de gerenciamento mais completo;
  • As escolhas de front-end tendem a ser menos flexíveis;
  • A experiência do usuário fica menos abrangente, respeitando os limites do backend;
  • Menor número de tecnologias podem ser integradas.

Já em um CMS Headless, as principais diferenças encontradas são:

  • Mais flexível para escolher as soluções no front-end;
  • Experiência do usuário altamente personalizada;
  • Abrange mais formatos de telas;
  • Requer mais conhecimento de programação;
  • O gerenciamento de conteúdo pode ser mais confuso para quem não é um desenvolvedor;
  • Possui menos informação online, quanto a fóruns e suporte.
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Conclusão

O Headless é uma arquitetura de desenvolvimento de sites e aplicações que traz uma separação entre o front-end e o back-end de um site, permitindo que eles operem de forma independente, facilitada por meio de APIs.

As vantagens do headless são diversas e notáveis principalmente no e-commerce. Controle mais otimizado e facilidade no dimensionamento, páginas mais rápidas e design com menos limitações são algumas delas.
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